segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

E depois do Natal.....a leitura de novo?




O Pai Natal
descansa do seu voo pelos céus.
Distribuídos os brinquedos,
aproveita o silêncio, tão cheio de paz,
para ler um bom livro. E tu?

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Eu li... eu comentei no blog!


Participaram nesta actividade 46 alunos, dos quais seleccionámos 3 que vão receber um pequeno prémio pela qualidade dos seus comentários:
Glitter Words
[Glitterfy.com - *Glitter Words*]

domingo, 19 de dezembro de 2010

Os livros mais requisitados para casa no 1º Período

Os melhores Leitores da BE - Novembro e Dezembro

Parabéns aos alunos que requisitaram com regularidade livros para ler em casa durante o 1º período:

sábado, 18 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Livros electrónicos produzidos pelas turmas/professores

Livros de Natal construídos pelas turmas e professores:



Poemas de Natal do 6º H : http://www.calameo.com/read/000303727707a3617015f

Mais um livro electrónico alusivo ao Natal disponível em :
http://www.calameo.com/read/000303727fe95f749dabf

domingo, 12 de dezembro de 2010

CHOVE. É DIA DE NATAL




Chove. É dia de Natal.
Lá para o Norte é melhor:
Há a neve que faz mal,
E o frio que ainda é pior.

E toda a gente é contente
Porque é dia de o ficar.
Chove no Natal presente.
Antes isso que nevar.

Pois apesar de ser esse
O Natal da convenção,
Quando o corpo me arrefece
Tenho o frio e Natal não.

Deixo sentir a quem quadra
E o Natal a quem o fez,
Pois se escrevo ainda outra quadra
Fico gelado dos pés.

Fernando Pessoa

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Mais Podcasts de Natal

Durante a semana, os alunos foram experimentando a técnica de gravar Podcasts...

Podcast de Inês Alvarenga:



Mais um Podcast de Catarina Cortez:

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Feiras do Livro nas Bibliotecas e EB1 do Agrupamento

FEIRA DO LIVRO DA EB 23 DE SANTA MARINHA

Novos Livros na BE





Mais 5 livros com histórias de Natal disponíveis na BE para leitura local, domiciliária ou interna e para integrar a exposição bibliográfica alusiva ao Natal que está a decorrer na BE.

sábado, 4 de dezembro de 2010

“A Filhó Dourada”



A história que vou contar chama-se “A Filhó Dourada”.

Douradas, muito douradinhas são elas todas, empilhadas na travessa, como um castelo por conquistar.

As últimas são as melhores. Têm mais açúcar, desfazem-se mal lhes tocamos… A gente pega delicadamente numa das que sobraram, dá-lhe um impulso que a ponha a deslizar na travessa, para ensopar bem e, num gesto rápido, sem pingar a toalha, mete-a na boca. O estalar dela, de encontro aos nossos dentes, é música com açúcar.

Naquela ceia de Natal, todos tinham comido filhós.
— Estão uma delícia — comentavam.

E, porque estavam uma delícia, não tinha sobrado senão uma, no fundo da travessa. Era uma ilha minúscula e redondinha, rodeada por um mar de açúcar. Todos os olhos fitavam a filhó, que estalava em reflexos de oiro. Uma tentação.

À roda da mesa, diziam para o avô:

— Só ficou uma filhó. Porque é que a não come?

O avô, então, virava-se para a avó e segredava-lhe:

— Come tu, anda lá.

A avó não queria.

— Comam vocês — dizia ela, apontando para a filhó e para os filhos.

— Eu já comi muitas — desculpava-se um.

— Também tenho a minha conta — dizia outro.

— Nem mais um bocadinho — declarava um terceiro.

Parecia que nenhum queria tomar a responsabilidade de comer a filhó. No entanto, ela lá estava muito dourada, a recortar-se no meio da calda de açúcar. Apetecia mesmo ver e… comer.

Mas, à volta da mesa, não se decidiam. E a filhó, a última filhó, andava de boca em boca, sem se fixar na boca de ninguém. De oferta em oferta, chegou a vez da tia Luísa propor:

— Os pequenos que comam. Sempre quero ver qual dos meus sobrinhos chega primeiro à filhó.

Os meninos não se precipitaram sobre a filhó apetitosa, como seria de esperar. Cada um ficou à espera do primo ao lado, e o primo ao lado do outro primo ao lado… Fosse por acanhamento ou fosse por que fosse…

— Afinal ninguém a come — observaram do outro extremo da mesa. — Esta filhó deve ser mágica.

Olharam uns para os outros e sorriram.

A ceia estava no fim. Os meninos tinham sono. O avô cabeceava. Começou a ouvir-se o arrastar das cadeiras. Era a debandada.

— Amanhã se arruma a casa — disse a tia Luísa, e apagou a luz da sala de jantar.

Quando todos já se tinham ido embora, a filhó, no lusco-fusco, ao meio da mesa, começou a brilhar. Intensamente. Acreditem ou não, como se tivesse luz dentro. Como um pequeno sol ou um bocadinho de oiro, a desfazer-se em açúcar.

António Torrado
www.historiadodia.pt

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

UMA CEIA INESPERADA – J. J. Letria



Uma ceia inesperada
Numa noite gelada de Dezembro, dois pobres cães vadios procuravam abrigo debaixo de uma grande árvore de Natal erguida no meio de uma praça, com uma vistosa iluminação que podia ser observada até do céu. Debaixo dos ramos da árvore e próximo do calor das lâmpadas fortes, eles conseguiam ter algum conforto, protegendo-se da chuva e do frio intenso.

Disse um dos cães para o companheiro:

— Há quanto tempo andas nesta vida?

— Desde o Verão passado. Os meus donos foram de férias e, como acharam que dava muito trabalho arranjar quem tomasse conta de mim, abandonaram-me. Foi assim que me tornei vadio, embora seja um cão de raça.

— Quer então dizer que é o primeiro Natal que passas na rua?

— Sim, é o primeiro. E tu?

— Para mim já é o terceiro. Eu não sou um cão de raça, sou um rafeiro, e tinha uma dona que gostava muito de mim. Eu era a sua única companhia. Um dia ela adoeceu e acabou por morrer.

— E o que foi que te aconteceu?

— Os filhos da minha dona não quiseram ficar com este encargo e puseram-me na rua. Já por cá ando há algum tempo, remexendo nos contentores, bebendo água das poças e das sarjetas e fugindo das camionetas da Câmara que trazem homens com redes para nos apanharem.

— Pois olha que eu ainda não me habituei a esta vida e nem sei se alguma vez me habituarei. Ainda estou muito zangado com os meus donos por me terem feito o que fizeram. Pareciam gostar muito de mim, gabavam-se muito da minha beleza e da minha raça, mas acabaram por me abandonar, dizendo aos filhos que alguém me roubou quando eu passeava sem trela.

— Já ouvi contar muitas histórias como a tua, e olha que cada vez há mais. As pessoas são egoístas e quando nos põem em casa não pensam nas responsabilidades que têm para connosco.

— Mas parece que com os gatos isso não acontece, e repara que eu não gosto nada de gatos.

— Estás enganado. Também há muitos gatos abandonados e há alturas em que nos podíamos entender, já que os nossos problemas são os mesmos quando se trata de abandono.

— Então e qual é o teu desejo para esta noite de Natal?

— Para dizer a verdade, o que eu desejava é que estas lâmpadas se transformassem em ossos saborosos e numa refeição quente. Se isso acontecesse, eu até era capaz de acreditar que há um céu para os cães.

Mal ele acabou de pronunciar estas palavras, caíram sobre eles vários ossos e duas latas de comida apetitosa. Ambos se refastelaram com a abundância e com a qualidade da refeição que iria marcar para sempre a memória que ambos guardariam daquela noite de Natal.

Certamente haverá quem diga que nunca as lâmpadas coloridas de uma árvore de rua se poderiam transformar em comida para cães abandonados. Mas também é verdade que os cães não costumam falar, e os desta história, para que nos lembremos sempre da solidão dos que são condenados a tornar-se vadios, falaram durante um bom bocado. Vale esta história para que não esqueçamos os que não têm tecto, neste ou nos próximos Natais.

José Jorge Letria
A Árvore das Histórias de Natal
Porto, Ambar, 2006
adaptação

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

"EU SEI TUDO SOBRE O NATAL"




Eu sei tudo sobre o Pai Natal

Os crescidos dizem
que o Pai Natal não existe.
Mas eu não acredito neles.
Então se o Pai Natal não existe,
quem é que traz os presentes todos os anos?

Os crescidos dizem
que ninguém consegue descer pela chaminé. Sobretudo com um saco tão grande às costas.
Mas eu sei que é possível.
O mais difícil é subir.

Os crescidos dizem
que o Pai Natal não tem tempo
para ler as cartas de todos os meninos.
Dizem que são tantas que nem se consegue contá-las.
Mas eu sei que ele as lê,
porque nunca se engana nos presentes.

Os crescidos dizem
que os trenós não podem voar pelos céus, nem aterram nos telhados das casas.
Mas eu digo que eles estão enganados,
porque são as renas que voam e não os trenós.

Os crescidos dizem
que o Pai Natal não pode estar em todas as lojas ao mesmo tempo.
Mas eu acho que isso é um disparate,
porque toda a gente sabe
que os Pais Natais das lojas são a fingir!

Os crescidos dizem
que o Pai Natal, se existisse,
nunca poderia entrar nas casas que não têm chaminé.
Mas eu acho que o importante não é a chaminé.
O que importa é a árvore de Natal.

Os crescidos dizem
que o Pai Natal nunca teria tempo
para embrulhar os presentes de todos os meninos.
Mas eu tenho a certeza
de que a Mãe Natal e os duendes lhe dão uma ajuda.

Os crescidos dizem
que é muito estranho
o Pai Natal nunca envelhecer.
Mas eu sei a verdade.
Ele envelhece mas, como tem barba e cabelos brancos, não se nota.

Os crescidos dizem
que, se o Pai Natal entrasse mesmo nas casas, já alguém o teria visto.
Mas um dia eu fiquei à espera dele, escondido debaixo dos cobertores.
Ouvi os seus passos, mas tive medo de ir ver.

Os crescidos dizem
que o Pai Natal nunca aparece. E que isso é só uma história que os pais contam aos filhos.
Mas eu acho que eles não estão a pensar muito bem.
Se não é ele, quem é que leva as cenouras
que eu lhe deixo ao pé da árvore de Natal para ele dar às renas?

Os crescidos dizem
que, ao passar pelos países quentes, que o Pai Natal teria demasiado calor com o seu casaco vermelho.
Mas eu acho que eles não têm razão,
porque à noite, no céu, faz sempre um bocadinho de frio.

Os crescidos dizem
que só os meninos pequenos acreditam no Pai Natal.
Mas eu sei que eles estão enganados.

Se o Pai Natal não existe,
por que razão estão sempre a falar dele?

Nathalie Delebarre
Eu sei tudo sobre o Pai Natal